Sem prevenção e de fácil transmissão, a tuberculose ainda é considerada uma das doenças infecciosas que mais matam em todo o mundo.

Criado em 1982, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial de Combate à Tuberculose tem a missão de divulgar a doença e conscientizar a população sobre a necessidade de uma vigilância constante sobre ela, da importância do diagnostico o mais rápido possível, e da manutenção do tratamento adequado. Pelos elevados índices de mortalidade e morbidade, a doença é considerada como um grave problema de saúde pública. Apesar do número de casos ter diminuído nos últimos anos, a tuberculose ainda é considerada uma das doenças infecciosas que mais matam em todo o mundo.

De acordo com o médico pneumologista Luiz Fernando Cibin, a tuberculose é uma doença infectocontagiosa que compromete, na grande maioria dos casos, os pulmões. “É uma doença de distribuição universal, que ocorre em praticamente todos os países, principalmente os menos desenvolvidos. Na maioria dos casos acomete pessoas com algum tipo de desequilíbrio na imunidade, como pacientes HIV positivos, diabéticos, alcoólatras, dependentes químicos, pacientes com doenças crônicas como insuficiência renal ou doença pulmonar obstrutiva crônica”, explica. Mesmo que este seja o perfil dominante, o médico esclarece que “isso não é uma regra”. “Há casos em pacientes que não apresentam uma doença de base”. Ele chama a atenção ainda para a população carcerária. “Pessoas que habitam casas de detenção tem um índice muito alto de doentes.”, explica

Cibin explica que a transmissão da doença se dá por via inalatória. “Não é pelo contato, pelo toque, abraço, beijo ou aperto de mãos. É pela inalação da bactéria responsável pela doença, que é o Mycobacterium tuberculosis. Estão sujeitos a contrair a doença pessoas que habitem o mesmo ambiente que um paciente com tuberculose, que esteja tossindo”.

O pneumologista ressalta que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. “Podem variar. Não é uma doença de apresentação única, tanto em adulto, idoso, quanto em crianças”, esclarece. Os mais comuns, porém, são tosse seca e persistente, emagrecimento, inapetência, sudorese noturna e febre ao final do dia. Já o diagnóstico é feito a partir de exames de imagem e análise do escarro do paciente. “O primeiro passo é o raio x. Quando se vê alterações sugestivas de tuberculose, é feito um exame do escarro e nesse exame é visualizada a bactéria que causa a tuberculose”, explica. Embora o tipo mais comum de tuberculose seja a pulmonar, há outros tipos, como tuberculose pleural, ganglionar, óssea, e tuberculose intestinal.

O tratamento da tuberculose é disponibilizado na rede pública e não é vendido em local nenhum. “É uma doença de notificação compulsória, todos os casos são notificados. E o tratamento existe apenas na rede pública”, explica o médico.

Não há como prevenir a doença de acordo com Cibin. “A vacina não previne a tuberculose, ela previne tuberculose meníngea, ou seja, meningite tuberculosa. A intenção dela é prevenir casos graves de meningite por tuberculose. Então ela não previne a forma pulmonar”, esclarece o especialista.

No entanto, o diagnóstico precoce faz a diferença. “É muito importante que todas as pessoas que têm contato com alguém com tuberculose também sejam examinadas. Familiares, pessoas que moram na mesma casa, que trabalham no mesmo ambiente”. Nesse aspecto, o médico explica que é possível fazer um tratamento preventivo. “Há pessoas que tem contato com a bactéria e não tem a doença. elas têm uma chance de 5 a 10% de elas ficarem doentes dentro de dois anos. Mas existe a possibilidade de fazerem um tratamento preventivo. Por isso é tão importante procurar atendimento médico. É cada vez mais importante investigar os contatos, não somente os doentes”, diz

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