O Hospital Santa Casa reinaugurou nesta sexta-feira, 19/12, sua nova unidade de internação clínica e cirúrgica, que atenderá exclusivamente a pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A obra é resultado da parceria com o grupo de voluntárias Uruguaiana Viva, a Fundação Pioneiros e a Construtora Paulo da Cunha. O primeiro, formado por mulheres da sociedade e atualmente presidido por Irene Moura Dorneles, atua desde 2006 em prol do Hospital Santa Casa e foi responsável pela captação de recursos para a obra e coordenação do projeto, com o devido acompanhamento da administração do HSCU. A execução foi da Construtora Paulo da Cunha e atende a todas as orientações e exigências da Vigilância Sanitária. Já o custeio da obra ficou por conta da Fundação Pioneiros, formada por senhores da comunidade local e atualmente presidido por João Francisco Tellechea Filho.

O andar, que antes apresentava condições estruturais precárias e que estava fechado desde o início da atual gestão, passou por uma reforma total, com substituição de pisos, portas e batentes, reparos nas paredes e uma nova pintura, além de reforma hidráulica e elétrica – que também teve ampliação –, instalação de rede de gases medicinais (oxigênio, ar comprimido e vácuo), contemplando todos os leitos, e instalação de bate macas e protetores. Os móveis e camas hospitalares também passaram por reparos, na oficina de manutenção do próprio hospital, que opera plenamente.

Aumento de leitos

Quando encerrou suas atividades, o 3º andar possuía 43 leitos. Com a reforma, foi possível expandir esse número, chegando a 49 leitos, divididos em sete enfermarias, dois quartos de isolamento, e cinco quartos semi-privativos com dois leitos cada.

Somados aos 179 leitos ativos, o Hospital possui agora 228 leitos.

Sentimento de pertencimento

Ao fazer uso da palavra, a gestora administrativa da Santa Casa, Thais Aramburu, destacou que a importância da parceria firmada e que possibilitou a obra, e também a todos que “de alguma forma tem nos auxiliado nesta jornada”, destacando os colaborares “que já enfrentaram momentos difíceis, mas permanecem aqui e não medem esforços para atender a todos que da Santa Casa precisam, e oferecer um atendimento cada vez melhor”.

Ela lembrou que há onze meses “fui chamada para um desafio que tem sido um dos maiores de minha vida profissional: administrar um hospital do porte da Santa Casa, no momento mais delicado de sua história” e que ao aceitar o desafio, sabia que não seria fácil, mas o fez por “acreditar que não podíamos deixar a Santa Casa fechar as portas, o que já tinha data para ocorrer: 31 de dezembro de 2018”. “A Santa Casa é de todos nós, é para todos nós e inevitavelmente em algum momento todos nós precisaremos dela. Há poucos dias eu precisei me submeter a uma cirurgia e foi a Santa Casa que me acolheu. Também foi na Santa Casa meu primeiro emprego, foi onde nasceu meu filho nasceu, que hoje é médico no Pronto Socorro, foi onde nasceu meu neto”, disse.

“E esse sentimento de pertencimento, de que era preciso ajudar a Santa Casa, é o mesmo sentimento do prefeito Ronnie ao assumir essa responsabilidade e o mesmo sentimento que move as mulheres do Grupo Uruguaiana Viva, a Fundação Pioneiros, e a Construtora Paulo da Cunha, para que estejamos hoje reunidos, encerrando o ano de 2019 com este presente à comunidade”, ressaltou ela, agradecendo a “ao prefeito Ronnie e ao prefeito Carús pela confiança em mim depositada; à minha família pela compreensão e apoio incondicional; e a Deus por permitir que eu realize um trabalho que muito tem me orgulhado”.

Coragem e capacitação

O promotor de Justiça Pablo Alfaro, um dos membros do grupo de crise formado em 2018 para atuar em prol da Santa Casa, destacou o momento vivido há um ano e o resultado das decisões tomadas na ocasião. “A gente vivia naquele final de 2018 uma situação real de fechamento do hospital, e que já era acompanhada há bastante tempo pelo Ministério Público, para que se buscasse uma alternativa de não deixar que isso acontecesse. Foi então que surgiu a alternativa de solicitar a intervenção do município. E o prefeito Ronnie Mello teve a coragem que é exigida dos grandes homens públicos de assumir essa responsabilidade, e a competência de escolher uma pessoa extremamente capacitada para esta atividade, a gestora Thais Aramburu”, lembrou.

“Esse é o momento de parabenizar, de festejar, e de verificar que temos aqui acomodações extremamente adequadas, bonitas, que não perdem para os grandes hospitais de grandes metrópoles. E isso foi possivel por um trabalho de várias mãos. É momento também de agradecer a Fundação Pioneiros e a Uruguaiana Viva. Naquele momento em que deliberávamos sobre a crise, eu disse a saída para a Santa Casa estava em Uruguaiana e não íamos aguardar a esfera estadual ou federal por saber da situação vivenciada por eles também. Hoje temos a prova, materializada, de que a união da comunidade, de todos de Uruguaiana, tornaram isso uma realidade”, finalizou ele.

A recuperação da Santa Casa

Em sua fala, o prefeito Ronnie destacou a importância do momento, um ato que demostra a recuperação da Santa Casa, em andamento desde que a Prefeitura Municipal assumiu o Hospital, em janeiro deste ano.

“Agradeço ao Grupo Uruguaiana Viva, a Fundação Pioneiros e a Construtora Paulo da Cunha. Sem vocês, nada disso que estamos vivenciando hoje seria possível”, disse, aproveitando para enaltecer o trabalho da Câmara de Vereadores, através da presidente Zulma Ancinello “pela parceria de sempre e por tudo que tem feito pela população, em especial pelo nosso hospital”. Ronnie destacou a participação do cidadão uruguaianense na reconstrução da Santa Casa. “Agradeço ao cidadão, aquele que vai ao supermercado e deixa o troco solidário, ao que utiliza um aplicativo para se locomover e faz questão de contribuir também”, disse ele.

O prefeito destacou as conquistas ao longo dos onze meses da atual gestão. “Eu não poderia deixar de voltar a minha memória ao final do ano passado. Mais ou menos nos meses de novembro, de dezembro, quando eu e minha equipe nos reuníamos com a Fundação Pioneiros, buscando condições e maneiras de ajudar o Hospital a sair da crise vivenciada naquela época. As noites me tiravam o sono, pois, não enxergávamos outra maneira, outra possibilidade que não a requisição por parte da Prefeitura. Similar a esse pensamento, recebemos a recomendação (ao contrário de determinação) do Ministério Público para tomar todas as medidas necessárias para que o maior hospital da região não fechasse as portas”, relembrou. “Acredito particularmente que na vida temos uma missão e simplesmente estou sendo instrumento para que as coisas aconteçam. Colocar a casa em ordem é o lema da nossa gestão. Trabalhar com muita responsabilidade também, e será assim até o fim não do meu, mas do nosso mandato”, finalizou.

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