Encerrando a campanha alusiva ao Setembro Verde, mês de incentivo à doação de órgãos, o Hospital Santa Casa de Uruguaiana realizou neste domingo, 29/9, uma mateada, na Praça Barão do Rio Branco. O evento teve o apoio da Ervateira Charme e o Garupa, parceiro do Hospital no projeto Troco Solidário, também marcou presença.

Das 9h às 13h, membros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) da Santa Casa estiveram na Praça e esclareceram sobre o tema a interessando, lembrando o Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado na sexta-feira, 27/9, tirando dúvidas e orientando sobre como proceder para, em caso de morte encefálica, se tornar um doador de órgãos.

As ações de conscientização sobre a importância da doação de órgãos ocorreram ao longo de todo o mês, chamando a atenção para os dados locais e estaduais acerca da doação, e destacando que, desde 2014, o Hospital Santa Casa é captador de órgãos. “Nós não realizamos transplantes aqui, mas fizemos o trabalho de captação dos órgãos, que a partir daí são destinados para o transplante, de acordo os critérios da Central de Transplantes. No ano retrasado, por exemplo, tivemos um coração captado aqui e que foi implantado em um paciente em São Paulo”, explica o médico Luiz Fernando Cibin, responsável técnico pela Cihdott. Desde a implantação da comissão, em 2014, foram 15 protocolos de doação de órgãos que resultaram na captação de 23 órgãos.

A captação de órgãos é possível após um diagnóstico de morte encefálica, que pode ocorrer, por exemplo, em situações de traumatismo crânio encefálico, tumor cerebral primário, acidente vascular encefálico. “É a perda completa e irreversível das funções encefálicas, de causa conhecida, caracterizada por coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente, excluídos fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico”. Tal constatação é feita através de uma série de exames específicos, com avaliação de pelo menos dois médicos diferentes, com a devida capacitação, entre eles um neurologista.

São poucas as contraindicações absolutas para doação: tumores malignos, com exceção dos carcinomas basocelulares da pele, carcinoma in situ do colo uterino e tumores primitivos do sistema nervoso central; sorologia positiva para HIV ou para HTLV I e II; sepse ativa e não controlada; e tuberculose em atividade. Para se tornar um doador basta que a pessoa converse com a família, e manifeste este interesse. No caso de um diagnóstico de morte encefálica, caberá à família autorizar a doação.

Atualmente, a Central de Transplante do Estado do Rio Grande do Sul, estima que 40% dos protocolos são encerrados sem a captação, pela negativa familiar para doação. Daí a importância de conversar com a família e manifestar o desejo de ser doador. Também se estima que a maioria dos casos de negativa familiar ocorra por conta de má informação sobre o tema, medo, insegurança, mitos e questões culturais.

Apesar de a campanha ter chegado ao final, o Hospital permanece a disposição para orientar, sanar dúvidas e atender a todos que tiverem interesse em saber sobre o tema.

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