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A Santa Casa de Uruguaiana participou do 3º Fórum Regional de Saúde promovido pela Unimed com a incumbência de falar sobre como está a estrutura operacional do hospital.

O administrador do HSCC, Geovane Cravo, representando a Provedoria, fez na sua apresentação, questionamentos importantes sobre o modelo de saúde atual e o modelo de saúde que se querer e aquele que se precisa.

Inicialmente sua fala enfocou evidências sobre a crise que assola o país em relação a falta de recursos financeiros para investimento no setor. Cravo questionou os motivos de tantos problemas expondo questões como GESTÃO, FINANCIAMENTO, ASSISTÊNCIA e FORMAÇÃO. O administrador mostrou que ao menos 5 paradoxos são os que mais desafiam o sistema terciário que são os hospitais.

1 - Inovações tecnológicas não necessariamente reduzem custos na medicina;

2 - A conquista da ampliação da expectativa de vida gera uma maior utilização de serviços de saúde;

3 - A maior disponibilidade de serviços especializados e um maior acesso às informações pelo consumidor gera uma demanda de utilização de difícil controle;

4 - O modelo de atenção à saúde focado no atendimento dos pacientes agudos, em detrimento aos pacientes crônicos, com incorporação frequente de modernas e caras tecnologias;

5 - A crença cultural de ser o hospital o núcleo principal de atenção primária, reduz os recursos para prevenção de doenças e promoção da saúde.

Geovane Cravo explicou ainda que a partir desses pontos mais questionamentos surgem: Por que quanto mais avança a tecnologia, mais avançam as doenças? “Não nos parece algo errado ou no mínimo estranho?”, perguntou durante a palestra aos presentes no Teatro Municipal.

Em uma internação hospitalar não ganham recursos financeiros o hospital ou o plano de saúde, disse. “Pasmem, quem ganha, são as indústrias, tanto farmacêutica, quanto a de materiais, onde 40% do custo de uma internação é gasto com materiais e medicamentos, e os demais 60% são divididos entre, taxas, diárias, honorários, gases medicinais e exames”, ressaltou.

Diante dessas observações Cravo fez o principal questionamento de sua fala: “Existe Solução?”, questionou. “Sim existe, mas se faz necessário mudar o modelo assistencial aplicado pelo Governo Federal, o modelo aplicado hoje foca na atenção terciária, esquecendo da atenção primária”, afirmou.

Conforme Cravo, o modelo assistencial aplicado em nosso país trata a doença, investe em equipamentos, construções de novas estruturas e não investe em pessoas, em tratamento em prevenção. O grande desafio é uma mudança de conceito importantíssima, visto que há décadas esse modelo permanece sem solução e o mesmo representa o caos em que se encontra o setor. “Se faz necessário uma ampla discussão com nossos representantes políticos, para que o investimento principal seja na prevenção e consequentemente os hospitais terão menor volume de atendimento, ou seja, quem chegar ao hospital, possui uma doença que está sendo tratada e acompanhada desde o posto de saúde e com isso o hospital, terá condições de atender e tratar adequadamente deste paciente e de sua doença”, finalizou. 

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