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A doação de órgãos é um ato de caridade e amor ao próximo. A cada ano, muitas vidas são salvas por esse gesto altruísta. A conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos é vital para melhorar a realidade dos transplantes no País.

O transplante é um procedimento cirúrgico (regulado pela Lei nº 9.434/1997 e Lei nº 10.211/2001) no qual um órgão ou tecido doente é substituído por outro saudável. Para isso, é preciso que haja doadores – vivos ou mortos. Qualquer pessoa pode ser doadora, exceto portadores de doenças infecciosas ativas ou de câncer. Hoje mais de 80% dos transplantes são

realizados com sucesso.

Esta semana, após mais de um ano, a equipe da Central de Transplantes do Estado voltou a captar órgãos em Uruguaiana. No hospital da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, uma paciente de 67 apresentou morte cerebral. Após a abertura do protocolo para a captação, a família da senhora concordou em realizar a doação. Na noite de quinta-feira, o avião com os médicos da Central de Transplantes aterrissou no aeroporto internacional Rubem Berta. A retirada dos rins e do fígado durou até o início da madrugada desta sexta-feira (24). O médico Luiz Fernando Cibin, especialista na área, fez o acompanhamento de todo o processo. “Um único doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas”, diz ele.

O cidadão que deseja ser doador não precisa assinar nem pagar nada, basta comunicar sua família para que, caso necessário, o procedimento seja autorizado. Para doações em vida, o doador deve ter mais de 18 anos de idade e o receptor deve ser cônjuge ou parente consanguíneo (pais, filhos, irmãos, avós, tios ou primos). Se não houver parentesco, será preciso autorização judicial.

Os órgãos e tecidos doados percorrem um caminho definido: constatada a morte cerebral, o hospital aciona a coordenação hospitalar de transplante, que entrevista a família. Autorizada a doação, a coordenação hospitalar avisa a Central de Notificação, Captação e Distribuição de

Órgãos (CNCDO) do Estado, que seleciona os receptores e avisa as equipes de transplante para

irem ao hospital remover os órgãos do doador e levá-los ao local onde será realizado o transplante.

A morte cerebral, ou encefálica, é a parada irreversível da função do encéfalo (cérebro e tronco cerebral). Ela ocorre quando o cérebro deixa de receber fluxo sanguíneo e não executa mais suas funções vitais. A constatação da morte encefálica é feita por pelo menos dois médicos, um deles neurologista, a partir de exames clínicos realizados em intervalo de diversas horas.

Cibin explica que no Brasil, anualmente, 60 pessoas a cada 1 milhão apresentam morte cerebral, representando aproximadamente 12 mil pessoas. Desta s, em tomo de 6 mil (50%) poderiam ser doadoras de órgãos. “Por isso, a importância da conscientização em torno da doação”, lembra.

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