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Enfermeira Carla Silveira, médico Fábio Motta, médico Carlos Gottschall e o radiologista Miguel Vazquez

O hospital da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana recebeu durante a sexta-feira (7), a visita ilustre do médico responsável pela primeira angioplastia no Estado, em 21 de agosto de 1982. Passados mais de 30 anos, o procedimento ainda é um dos principais recursos para tratar de problemas do coração de forma menos invasiva do que a cirurgia. O médico Carlos Gottschall, que fez o procedimento pioneiro, conheceu as instalações do Serviço de Alta Complexidade em Cardiologia do HSCC. Acompanhado do cardiologista Fábio Motta, Gottschall pode conhecer de perto o serviço desenvolvido em Uruguaiana pela equipe da Santa Casa.

Há 30 anos, a cirurgia de ponte de safena era o método mais tradicional para tratar problemas coronários e era a solução de 95% dos casos. Com o uso do balão, as lesões voltavam em 30% deles. Com os stents, a reincidência é verificada em 15%. Stents revestidos com drogas reduzem ainda mais a restenose para apenas 5% dos pacientes. “O objetivo é reduzir a zero, para isso, continuam sendo desenvolvidos estudos com stents revestidos de drogas que ajudam a manter a artéria aberta “,comenta.

Entenda a angioplastia

A angioplastia pode ser feita através de cateterismo, com a punção de uma artéria periférica, geralmente a femoral, que se localiza na virilha. É feito um minúsculo furo na artéria e coloca-se no seu interior um introdutor, com cerca de dois milímetros de diâmetro. Pelo interior desse introdutor, o cateter desloca-se até as artérias coronárias.

Primeiro, era colocado apenas o balão, que era insuflado sobre a lesão, desobstruindo a artéria. Depois, vieram os stents, que são tubinhos de aço inoxidável que mantêm a artéria aberta. Mais recentemente, surgiram os stents revestidos por medicamentos, que aumentam a efetividade do procedimento. O processo leva entre 30 e 40 minutos.

A medida é indicada quando a obstrução coronária causa isquemia ou quando há obstrução superior a 50%. A angioplastia também pode ser feita até seis horas após o infarto do miocárdio, mas o ideal é que seja feita na primeira ou na segunda hora.

O Rio Grande do Sul foi o terceiro Estado brasileiro a realizar a angioplastia. Desde então, já foram realizadas mais de 32 mil procedimentos como esse. O procedimento surgiu na Suíça, em 1978, depois começou a ser realizado nos Estados Unidos, onde Gottschall aprendeu a técnica durante um estágio na Califórnia. “ É muito gratificante poder oferecer essa alternativa, que é a mais difundida na área de cardiologia em todo o mundo “, finaliza o médico.

Em Uruguaiana, seguindo uma estatística mundial, 30% dos exames cardiológicos em pacientes atendidos com problemas cardíacos resultam em angioplastias. Segundo o cardiologista Luiz Antônio Marty, o procedimento vem sendo desenvolvido com extrema competência pelos profissionais que desenvolvem suas atividades junto ao serviço, desde sua reabertura em março do ano passado. 

Gottschall ficou impressionado e surpreso com o período em que o serviço ficou sem ser desenvolvido em Uruguaiana, face à estrutura disponibilizada atualmente pela Santa Casa. 

 
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