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ESTADO PROVOCA CAOS NA SAÚDE

No dia 05 do corrente mês, a Santa Casa de Caridade de Uruguaiana foi recebida pelo novo Diretor do DAHA – Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial, Dr. Alexandre Brito, no qual iniciou a conversa questionando se tínhamos recebido uma boa notícia, informamos que estávamos ali para receber boas notícias, então ele me informa que os valores referente a produção seriam pagos no dia seguinte (06.02.15), no máximo na segunda feira, dia (09.02.15). Pois o pagamento não foi realizado. Logo após, foi questionado em relação aos valores referentes aos meses de outubro e novembro de 2014, assim como o Hospital apresentou todos os novos projetos, volume de atendimento, importância e referência para a região.

Infelizmente, o Diretor do DAHA respondeu que, em relação aos valores atrasados, mais de 2milhões “iremos pagar, não sei quando nem como”. Já em relação aos novos serviços, projetos, reajustes, respondeu incisivamente: “não temos dinheiro, o estado está endividado”, “para todas as obras”; “até o final do ano não teremos condições de assumir nenhum novo compromisso”.

Aliado a todas essas informações catastróficas para a instituição, no dia 09.02 a Federação das Santas Casa recebeu, por parte do Secretário de Saúde João Gabbardo, a informação do corte de 30% dos recursos da Secretaria da Saúde do Estado, com redução de R$ 103 milhões/mês para R$ 70 milhões, definitivamente instalando-se o caos na saúde pública gaúcha.

A Santa Casa de Caridade de Uruguaiana amarga a falta de repasse de mais de 2 milhões referente aos meses de outubro e novembro.

Somos responsáveis pelo atendimento de uma população superior a um milhão e meio de habitantes nas áreas de NEONATOLOGIA, ONCOLOGIA, NEUROCIRURGIA, TRAUMATOLOGIA E CARDIOLOGIA.

Atendemos mais de 90% SUS, temos 240 leitos, somos 750 colaboradores, realizamos mais 60 mil atendimentos no Pronto Socorro, 8 mil internações, 116 mil atendimentos ambulatoriais.

Ficam as seguintes indagações: onde será atendida essa população? Quem vai assisti-los? Quem responderá pelas mortes inevitáveis que acontecerão? Como manteremos nossos colaboradores? Como a instituição irá pagar os fornecedores? Quem irá assumir os compromissos já assumidos? Financiamentos, obras...?

Analisando o cenário das filantrópicas de forma geral, como se não bastasse a dívida existente de R$ 255 milhões, referentes a serviços prestados em outubro e novembro de 2014, daqui para frente a ordem da área econômica do Governo é para que as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Prefeituras e outros prestadores se organizem para trabalharem com 30% menos de recursos. Ora, se anteriormente já havia um déficit anual dos hospitais filantrópicos superior a R$ 400 milhões na prestação de serviços ao SUS, que vinham sendo amenizados com o co-financiamento Estadual, agora não haverá milagre que se possa fazer. O caminho será redução de leitos, demissão de trabalhadores, rescisão de contratos médicos, fechamento da agenda de atendimentos e, ao final, fechar hospitais.

Diante da situação gravíssima a que está sendo submetida, a Santa Casa de Uruguaiana, assim como os diversos hospitais do Estado, está na iminência de suspender aos atendimentos, pelo que alerta seus mais de 1,5 milhões de pacientes e, ao mesmo tempo, apela encarecidamente pela a ajuda das Autoridades responsáveis para evitar que se estabeleça o caos na saúde púbica do Estado.

 

Adm. Geovane Cravo

Diretor Administrativo

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